quinta-feira, 16 de junho de 2022

Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpessoais.

Acredito que seja uma das funções mais primordiais e complexas das relações humanas. Despir-se das visões e conhecimentos previamente estabelecidos em busca da compreensão do outro. “Trocar as lentes”, ser capaz de enxergar o outro com base nas impressões e características que o outro fornece, inibindo-se de julgamentos, conceitos e valores que o “eu” que observa já possui.


- Reprimir-se: Dentro de um relacionamento as coisas se tornam mais complexas, a relação nem sempre permite características pessoais dissonantes, há quase sempre alguém com um maior grau de ideias e comportamentos diferentes e alguém que discorda destes. Encontrar um campo sereno, livre de julgamentos e desejos de controle sobre o outro é muito difícil. Alia-se a isso variações de humor, incapacidade de gerir os próprios conflitos, dependência emocional, necessidade de controle.

- Há felicidade fora da “razão”? Sempre ouvi falar “ou você é feliz, ou tem razão, jamais ambos”. Interessante observar que esta frase é retrato do censo comum, de como nossa sociedade vê o mundo das relações, mas observando essa realidade, se você se nega a aceitar essa frase como verdade, estará fadado a infelicidade e a solidão? Visto que um nega o outro, um será passivo e o outro ativo, sempre se trabalhando em dualidade, conflito e em repreensão de sentimentos e vontades.


- O quão responsável sou? A responsabilidade é sempre um misto de possibilidades, não aprendemos sozinhos, logo não somos responsáveis sozinhos, né? Ambos se permitem convencer um ao outro que seu pensamento é o “certo”. Aceitar que é uma via de mão dupla é importante para se evitar conflitos, nem se deixar subjugar, nem reprimir suas ideias, crenças e valores.


- Escuta passiva e passividade conjugal: escutar é muito importante, mas deixo claro que é uma atividade difícil, não julgar, evitar apontar caminhos não é fácil, mas há que se exercitar, dá pra se desenvolver.

Mas ter uma escuta passiva é diferente de ser passivo na relação, não se pode reprimir quem é, pelo menos não por muito tempo. A autoanulação vai trazer a tona um vazio que mais tarde renderá grandes conflitos. Tem que se buscar um caminho viável para todos, onde se possa garantir suas vontades e desejos e mesmo assim estar em harmonia com o outro.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O luto e sua interferência social

 O luto é um processo inevitável, e esse rompimento de vínculo, logo atrelado ao sentimento de perda desencadeia vários sintomas e que nem sempre tem um desfecho saudável.

"Luto está relacionado a investimento afetivo. Quanto maior o vínculo, maior o processo de luto. Não temos como mensurar sentimentos, cada um sente de uma forma, não é um processo linear", afirma Natalia Novaes Pavani Soler, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

 

Embora o sentimento de luto esteja associado a ideia de morte, o sentimento de luto também se parece com o de quando perdemos algo. A quebra com o vínculo e irrecuperabilidade deste geram emoções que demandarão tempo para restabelecer a normalidade ou não. E em muitos casos o luto acaba virando uma patologia.

Sendo assim já é possível deduzir que existem vários tipos de luto, mas aqui me atentarei a resumir dois: o luto natural e o luto patológico.

No “Luto Normal” há todo o processo de sofrimento, afinal se quebrou um forte vínculo emocional. E nesse momento o turbilhão de imagens das coisas vividas com a pessoa ficam repassando o tempo todo como um filme em nossa memória, ao mesmo tempo que o sentimento de perda, da não possibilidade de dividir momentos com a pessoa geram uma grande melancolia.

No entanto com o passar do tempo as feridas vão cicatrizando, pois houve a aceitação do luto, o entendimento que embora o sentimento de perda exista e a dor inegável, a morte é um processo natural e que de tão inevitável não há o que fazer senão continuar a viver, “continuar a nadar”. Sendo assim as rotinas vão se recuperando, a vida social se restabelece e a melancolia vai se esvaindo.

 

Mas por outro lado quando se nega esse sentimento de perda e a sua dor, surge o “Luto Patológico”, “no luto negado, o “enlutado” – pessoa que carrega o sentimento da perda – não dá vazão ao processo, bloqueando-o e agindo como se nada tivesse acontecido, negando todos os sinais de sofrimento e dor.”

Então nesse caso as coisas ficam bem mais severas, pois a perda nunca é superada. Os ciclos sociais não são restabelecidos e a pessoa enlutada não aceita a perda do vínculo, se fechando para o mundo e vivendo aquela sensação de memórias e dores por muito mais tempo. Esse sentimento se assemelha muito a depressão, sendo inclusive necessário o acompanhamento profissional de um psicólogo quando não se fecha esse ciclo.

Não há um tempo estabelecido de luto, nem de reação, cada pessoa tem sua maneira e seu tempo de superação e de restabelecimento da normalidade, mas em média após os primeiros dois meses as coisas começam a serem ressignificadas e passado o primeiro ano, que geralmente é o mais difícil o enlutado terá com certeza um domínio bem mais racional sobre este sentimento. Mas lembre-se o luto é doloroso e o ciclo social deve ser presente, compartilhando momentos, dando conforto, realmente não há o que dizer, não há frase de efeito que conforte, mas o abraço amigo e a constância na vida da pessoa após a perda serão de extrema importância para o restabelecimento da rotina.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=gQqut-tgBck

https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/luto-artigo-2/

https://istoe.com.br/186527_O+IMPACTO+DO+LUTO/

https://www.awebic.com/reagir-grito/#:~:text=%C3%89%20importante%20entender%20porque%20algu%C3%A9m,for%C3%A7a%20e%20dom%C3%ADnio%20da%20situa%C3%A7%C3%A3o.

http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=190966&e=#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20especialista,chega%20a%20um%20t%C3%A9rmino%20satisfat%C3%B3rio.

https://www.psicologiasdobrasil.com.br/tipos-de-luto-sim-existe-mais-de-um/

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/01/14/luto-nao-ocorre-so-em-casos-de-morte-veja-como-lidar-com-perdas.htm

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Pra que serve a História?


 Sem a história viveríamos como os cachorros, sem depressão e sem ansiedade, sem expectativas.
RACIONAL, esta capacidade nos diferencia, nos torna históricos, a capacidade de pensar traz quase que naturalmente a necessidade de se pensar a história, de se analisar o tempo e o tempo é aquilo que mais nos torna humanos.
Não se deve achar que pensar a história faz com que evitemos o novo ou que nos tornemos saudosistas e que vivamos sempre rememorando e comparando com algo “melhor” que aconteceu no passado, o novo sempre vem e isso é ótimo, mas devemos entender os porquês. 
A história serve para o presente, a história é sempre construída no agora, para evitar erros e conhecer as origens, planejar um futuro. A história é sempre presente.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

O mundo mudou!

Uma vez estava sentado no banco da praça e não conseguia separar mais o que era realidade e fantasia. Pensamentos confusos vinham a minha cabeça e percebi que o cansaço me levava a alucinações, alucinações provocadas pelo excesso de pessoas que insistiam em mergulhar suas ideias em conhecimentos rasos.
Aquilo vinha gerando um grande sentimento confuso em minha mente, não sabia se naqueles instantes as pessoas estavam erradas ou se era eu que estava!  Estava confuso em minhas ideias, tudo era tão intenso, tão rápido... fui atingido por uma "brainstorm", a mais forte de todas... fui obrigado a refletir sobre verdades que estavam ancoradas por toda a vida... e agora o que é a verdade?
Será que estou ficando louco, cada vez mais me perdia em minhas invenções. Qual era a realidade verdadeira? Mas eu não era louco! Essa era uma certeza!
Percebi que já havia horas que eu tentava descobrir o que realmente estava acontecendo, não só com as pessoas ao meu redor, mas com o mundo. As relações estão cada vez mais frias, as coisas cada vez mais mecânicas e dependentes do dinheiro. Percebo que o mundo está se tornando um ambiente tóxico.
As verdadeiras amizades e os verdadeiros amores estavam entrando em extinção, as relações ficavam cada vezes mais rasas. E além disso as pessoas tomavam por verdade absoluta aquilo que queriam, mesmo que a informação não seja verídica.
Eu não estava triste, entendia o ser humano... desde os primórdios sempre deixamos um rastro de destruição por onde passamos, mas sonhava em meus delírios a doce possibilidade de um mundo melhor... tipo aqueles filmes românticos em que tudo dá certo no fim!
Mesmo que fosse um trajeto difícil, a minha ingenuidade fazia com que eu acreditasse que o mundo mudaria, de uma forma ou de outra! Nada mudou, nem eu!
Percebi que a mudança teria que ser coletiva. Tentaria de alguma forma conseguir apoio, mesmo que o individualismo da sociedade contemporânea acelerada e sintética me atrapalhasse a todo tempo! Mas sempre dizem que a mudança começa com a gente, verdade! Mas se isso não pertence a um coletivo maior de nada servirá. De que adianta eu plantar uma árvore no fim da rua e todo esgoto da rua desaguar nas suas raízes?
Negamos sempre a realidade... não pense que estou envolto em tristeza e melancolia, mas é o encarar do espelho, a realidade nua e crua, afinal ninguém baterá tão forte quanto a vida! Tentamos ter o tempo todo pensamentos positivos acerca do nosso mundo! Mas, fica cada vez mais difícil, melancolia não, realidade! Realidades...

quarta-feira, 17 de julho de 2019

VOCÊ NÃO É ESPECIAL...


Você não é especial se para se sentir luz precisa que alguém te acenda!
Você não pode ser especial se isso busca prova...
Não é especial se isso te afaga o ego!
Você não é especial!
Você não é especial se isso é voluntário, se cobiças provar.
Ser o tal é pueril, individual, não palpável, involuntário.
Independência mental, autoconsciência.
Sem isso, VOCÊ NÃO É ESPECIAL!

domingo, 7 de julho de 2019

Qual o fundamento?

https://www1.folha.uol.com.br/folha
/sinapse/ult1063u208.shtml (link imagem)
 


Você que se acha capaz
Que se acha demais
Que carrega no peito o ego estampado
Me responda por que faz o que faz?

Você que se acha melhor
Que espera o pior
Que carrega a verdade nas costas
Me responda por que faz o que faz?

Você proativo
Que despreza os desleixados
Que demonstra exuberância em tudo que faz
Me responda por que faz o que faz?

Você racional
Que não tem depressão nem tristeza
Que não faz autoajuda e é sempre demais
Me responda por que você faz o que faz?

Que fundamento se usa quando quer apontar
Que teoria utiliza pra fundamentar seu desprezo
Se fosse tudo verdade e se essa de fato existisse
Tudo seria tão chato, enfadonho e cruel
Você que aponta o dedo determinando eficácias
Menosprezando a dor, que dor que deves sentir
A de negar todo dia a humildade em si
De se alimentar de mentiras, diminuindo as feridas
Feridas essas incapaz de sentir!


sexta-feira, 21 de junho de 2019

Uma história qualquer, um dia comum

       a)    Bom dia!
       b)    Não quero conversar, não gosto de conversar quando acordo.
Toma-se um banho frio, casa silenciosa, um café frio, atrasa pra sair pro trabalho o máximo que pode e vai.
Fica o vazio da casa, internet e cama são as companhias.
Passa o dia...
Ao entardecer sai para exercitar-se, um turbilhão de substâncias são ativadas em seu corpo, volta pra casa.
      b) cara inchada, raiva, não quero papo o dia foi estressante, o trabalho me consome.
      a) substância desativadas, discussão, dor de cabeça...
Assim passa-se uma vida inteira, quando as rugas aparecem e as energias se limitam, a tristeza surge fulgaz, memórias de um passado desperdiçado.
Não há tempo, não há volta, só a dor latente e o fim iminente!


Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpesso...