Sentar em algum lugar de pés descalços, coração a pulsar e poucas palavras
Um desespero interminável, o último pulsar, a primeira sílaba – ÚL -
Uma descarga de dor, alegria, empolgação, depressão, fezes
Não sei nem o que é um peixe, mais a tua irreverência me comove.
A menina que te deixou, a menina que você nem teve...
Tudo a acontecer no mesmo pulsar...
O último raio, a última flecha cravada ao peito, o último pulsar
O desejo que não realizou, o sonho que não sonhou, a música que não ouviu
Descritos na ponta da pena que transcreve meu pensar
Um pensamento preso as amarras do tempo do qual sou fluído
Um desespero interminável, o último pulsar, a segunda sílaba – TI -
O texto é sincero, inegável, sem amarras, sem fingimento poético
O texto é a dor abstrata se concretizando...
São verdades, crenças do Eu se materializando... Se transpondo.
São pessoas, animais, frutos, objetos, flores, tubérculos e raízes
Que ganham significado e significante com simbolismos diferentes.
Um desespero interminável, o último pulsar, é a última sílaba – MO.
[Gilmar Castilho]