sexta-feira, 18 de junho de 2010

Humano

O humano é tão tolo que limita-se a si mesmo: Antropocêntrico.
Quer compreensão do tudo: nada.
E o nada como ridicularização do real lhe parece tudo.
Como me parece que o conhecer: nada.
Nada é essência do tudo: todo.


Gilmar Sullevan

quarta-feira, 2 de junho de 2010

“O ser e o Infinito.” Uma interpretação da Poética incoerente do eu mesmo.

Esse ser aparentemente enxerga tanto seu meio externo como o individual e a relação entre o eu - eu e o eu - externo. Li a “perspectiva estética do Rei Bosta”, tem uma relação próxima, mas no contexto das Leis e Juízos que são rompidos na poesia, permitem-se romper-los até “certos limites” no real, as pessoas perdem muito tempo preocupadas em dar sentidos às coisas que por si criam-se necessidades não obrigatórias, para dar sentido para si em busca de preencher vazios através do outro para forçar sua justificativa a uma perfeição moralista.

Mas o indivíduo dito “liberto” se permite chegar ao êxito, mesmo que se destrua, outras questões e buscas colocam-no nesse sistema circular, o indivíduo sabe das implicações dos seus “atos” ou não, mesmo assim, os tornou “infinito”, não se arrependendo, ele quis aquilo a todo custo, se depois ele enjoa, “espanca” no sentido de reconstrução pessoal, do sentido de si no mundo e se renova em seus conceitos, traindo o conceito anterior, em parte, porque ele sabe que são fatos em que não há necessidade de martírios por si e pelo externo, As convenções o forçam, ele “sente”, e “finge” acreditar nelas como uma forma de não perder o que se quer na medida em que não pode, porque as perdas são maiores do que os ganhos, ele sabe dos seus limites diretamente ou não. Sabe que erra, acerta e se fode também, mas que em parte, sente-se autônomo noutra como ser, ele os questiona, porque eu devo achar belo? Porque eu devo concordar, porque eu devo aspirar? O que Absorvi é valido até qual ponto? Mas as vezes sigo minhas aspirações p/ não cair no vácuo que me reserva. Se sigo será que não que não vou cair noutro vácuo?

Nesses questionamentos ele conclui o que tem validade para si, mas nem por isso ele IGNORA o outro de fato, acredito que me equivoquei nessa palavra, deveria ser ele questiona as imposições externas, também critica si mesmo e se reavalia. Aceita os “erros” como construção, por isso ele quebra os juízos de valores “dogmáticos” e, contraditórios e não dignos de ser absorvidos como causa de adoção, reavaliando como circulo, mas posicionando em todo seu complexo individual de tal forma que aceita que tudo faz parte daquilo que lhe constrói como indivíduo dignos de ser eterna enquanto aceitos e escolhidos, essa liberdade tem um significado de sua posição transformante de si e do seu posicionamento circular, porque é um mesmo esquema que forma sua construção e reconstrução, também questiona o externo, ele toma a posição de poder discordar, ao invés de ignorar. Mas de fato esse vácuo remete à continuidade da quebra de concepções.

Certas contradições no sentido do meio externo fizeram-me refletir sobre determinadas questões morais, esses conflitos no próprio individuo conseqüente ao meio externo, esse ”ser” enxerga esses conflitos, só que ele não está preocupado em traçar uma reta concreta e exata sobre si (porque no fundo essa reta EXATA e projetada não existe no concreto, em busca do perfeito, ele quebra a cara, ou seja, a autonomia torta inicialmente compreende que é um mecanismo de “certeza nas incertezas” circulares, é um traçado original, poderia dizer torto, por si assumir suas reformulações e avaliação do que lhe envolve.

Ele sabe que é imperfeito, e se admite como imperfeito, e agindo mesmo que limitadamente, age no meio... Essa compreensão meio que responde muitas questões, o seu modo de sentir-se no mundo, é aquele grito que depois vem alivio de desabafo, todos defecam, urinam e pediam. Estão condenados a levar suas “misérias, juntas de si para sempre” porque fugir do que se é? Por que atribuir valores simplórios aquilo que não deseja e é inútil em relação à si ao externo. Ele se questiona até onde as coisas para si, podem ser vistas com justificativa suficientemente de serem válidas e até quais pontos?

O “externo parcial” que ele vê, se irrita e o rompe, age de tal forma de querer esconder de si e do outro ao mesmo tempo, querer força ambos que “cagar, mijar e peidar” são coisas feias e reprimem através do externo muitas vezes por merdas que são “alheias”, tentam suas vidas esconderem as merdas que aparecem todos os dias (fuga de si) e a noção de suas escolhas e fuga dos conceitos pessoais, é colocar a existência ao nada, é querer ser algo que nunca vai ser e julgar a si e o outro, a preocupação nesse caso do seu “externo-externo” é maximizar o eu em fuga da merda escondida no porão, e problemas que buscam dar sentido as coisas em si baseado no externo, ao mesmo tempo que critica o que se quer para justificar sua inoperância ao seu desejo possível.

Tentar estabelecer linhas imaginárias sobre si que contradizem o que são no real, uma busca ao concreto=nada, que realmente não o são e nunca serão, enquanto os “dejetos” são expulsos órfãos, o ser está condenado à ter a lembrança do seu dejeto quer queira quer não, então a solução mais fácil é rejeitar, ao mesmo tempo se relacionado com si e com o externo, imagina-se um indivíduo de escolhas, e essas escolhas são projetadas dos desejos, desejos como algo que ele sabe que não tem p/ onde fugir, imagina possíveis conseqüências, mas ele sabe que foi aquilo que escolheu e não tem como negar o que é, sendo algo que mesmo não sendo o que quis, está condenado à suportar, abraçar, goste ou não aquilo que se tornou.

“O ser (que se assume como é) e o eterno” ele não é inoperante, muito pelo contrário, ele avalia a si e o externo, e vê o que é válido ao ponto de ser aceito ou refutado, então dentro de uma temporalidade limitada, naquilo até certo ponto a determina como “infinita” justamente porque o esquema [ser renova], mesmo sendo temporais, volta-se ao ponto de partida do esquema seus círculos se reformulam ou se completam. Mesmo reconstruindo posteriormente isso o torna algo que o tranqüiliza (em parte), por que justamente ele é imperfeito e admite sua imperfeição, e espanca justamente o que é traçado como algo ideal a seguir, por que justamente ele enxerga como falhas para se adotar aos agarramentos inquestionáveis e inconsolidados inexistentes, em suma, é mais fácil ser uma “merda” e assumir a merda que se é, amando-a, que ser outra merda qualquer se projetando o sorvetão recheado no meio da fossa...

(MIGUEL)

O ser e o infinito

O que sente e finge crente
Aquilo que percebe e não acredita
Ama da mais absurda à sublime escolha
Da sua trágica fraqueza oculta
E a trai com a própria vontade
Reconhece a pequenez
E os inimigos com a sua leve sinceridade
O que não se surpreende
Que leva tudo ao eterno ser
E ignora o “ter-de-ser”,
A razão, o imaginário, os valores, o belo,
O fútil, o virtuoso, o bem, o mal,
A regra, a poesia dita bela,
A cosmologia simbólica e a moral
Possui a liberdade de não querer,
Não se arrepender, não ganhar, de buscar,
Vencer, perder, superar,
Se espremer e gritar
Rir da miséria da alma
Abraça e espanca o eidos da existência,
O espírito liberto
Rompe os juízos de valores
Que nos caracterizam meus senhores
Levando-o ao infinito dos próprios atos
Com o qual está no mesmo universo eterno a girar no existir!

(Miguel)

Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpesso...