O luto é um processo inevitável, e esse rompimento de vínculo, logo atrelado ao sentimento de perda desencadeia vários sintomas e que nem sempre tem um desfecho saudável.
"Luto está relacionado a
investimento afetivo. Quanto maior o vínculo, maior o processo de luto. Não
temos como mensurar sentimentos, cada um sente de uma forma, não é um processo
linear", afirma Natalia Novaes Pavani Soler, psicóloga do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz.
Embora o sentimento de luto
esteja associado a ideia de morte, o sentimento de luto também se parece com o
de quando perdemos algo. A quebra com o vínculo e irrecuperabilidade deste
geram emoções que demandarão tempo para restabelecer a normalidade ou não. E em
muitos casos o luto acaba virando uma patologia.
Sendo assim já é possível deduzir
que existem vários tipos
de luto, mas aqui me atentarei a resumir dois: o luto natural e o luto patológico.
No “Luto Normal” há todo o processo de sofrimento, afinal se quebrou um
forte vínculo emocional. E nesse momento o turbilhão de imagens das coisas
vividas com a pessoa ficam repassando o tempo todo como um filme em nossa
memória, ao mesmo tempo que o sentimento de perda, da não possibilidade de
dividir momentos com a pessoa geram uma grande melancolia.
No entanto com o passar do tempo as
feridas vão cicatrizando, pois houve a aceitação do luto, o entendimento que
embora o sentimento de perda exista e a dor inegável, a morte é um processo
natural e que de tão inevitável não há o que fazer senão continuar a viver, “continuar
a nadar”. Sendo assim as rotinas vão se recuperando, a vida social se restabelece
e a melancolia vai se esvaindo.
Mas por outro lado quando se nega
esse sentimento de perda e a sua dor, surge o “Luto Patológico”, “no
luto negado, o “enlutado” – pessoa que carrega o sentimento da perda – não dá
vazão ao processo, bloqueando-o e agindo como se nada tivesse acontecido,
negando todos os sinais de sofrimento e dor.”
Então nesse caso as coisas ficam
bem mais severas, pois a perda nunca é superada. Os ciclos sociais não são
restabelecidos e a pessoa enlutada não aceita a perda do vínculo, se fechando
para o mundo e vivendo aquela sensação de memórias e dores por muito mais
tempo. Esse sentimento se assemelha muito a depressão, sendo inclusive necessário
o acompanhamento profissional de um psicólogo quando não se fecha esse ciclo.
Não há um tempo estabelecido de
luto, nem de reação, cada pessoa tem sua maneira e seu tempo de superação e de
restabelecimento da normalidade, mas em média após os primeiros dois meses as
coisas começam a serem ressignificadas e passado o primeiro ano, que geralmente
é o mais difícil o enlutado terá com certeza um domínio bem mais racional sobre
este sentimento. Mas lembre-se o luto é doloroso e o ciclo social deve ser
presente, compartilhando momentos, dando conforto, realmente não há o que
dizer, não há frase de efeito que conforte, mas o abraço amigo e a constância
na vida da pessoa após a perda serão de extrema importância para o
restabelecimento da rotina.
Referências:
https://www.youtube.com/watch?v=gQqut-tgBck
https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/luto-artigo-2/
https://istoe.com.br/186527_O+IMPACTO+DO+LUTO/
https://www.psicologiasdobrasil.com.br/tipos-de-luto-sim-existe-mais-de-um/