sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Cadê os homens dessa história? (Poema machista) [Gilmar Lima]

Quebrantando a cada dia o direito biológico, herança naturalista.
Vejo uma racionalidade, “ah deixe a mulher também participar”...
Aos meus olhos fadigados um tanto quanto irracional...

Os filhos do mundo moderno são criados em creches.
Uma baba alimenta-o todas as vezes que tem fome.
Cadê aquela mãe que participa da vida cotidiana do bebe?
Mais cadê aquele leite direto do peito materno?

Ah você me acha machista, tradicional, barrista?
Bem pode até ser... Mais que será que será?
E os homens... Perdem empregos a cada dia.
Mais isso não é motivo para preocupação, têm vagas.
Vi um cartaz que precisa de babas, de faxineiro, de mãe de barriga de aluguel...
As mulheres são presidentes, executivas, judiciárias, entre outros.
E vocês homens se preparem o mais breve possível
Pois daqui a bem pouco tempo vocês é que farão protesto por direitos iguais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O crepúsculo da certeza

Não sei, penso que sei

Imagino o que não sei

Porque sei o que não sei

O que se poderia imaginar?

Não meto a bomba em Deus,

Nem sei quem ele é, nunca o vi

Porém no homem, ele é concreto

Apesar que estaria me explodindo também

Os metódicos pensam estar mais próximos da certeza

Fariam um laudo de neurose ou debilidade mental a mim

Diriam: Vamos ao barco da ciência!

Ela nos salvará da ilusão das incertezas

Poderia estar mais longe dela que outro

Faço parte da incerteza!

Antes disso, responda-me o que é realmente certo?!

TODOS possuem papéis somatórios

O pensador se afoga e emerge a todo instante

Todo mundo se afoga emerge e transmite o nado ao futuro

Morreremos! E a ilha da certeza?

Um diz que está distante! Será que ela existe?

Perguntarei a quem veja! Pode ser que alguém a encontre

Aquela especificamente que não sabemos o que é,

Para que serve, se define e cabe-se a todos nós

Entortarei aquele que afirmar ser o único capaz de achá-la.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Globalização: Uma ótica do poder global

Estive lendo a "Globalização: As consequências humanas" do Zygmunt Bauman (sociólogo) nestes últimos dias. Gostaria de tocar em alguns pontos pertinentes que encontrei nesta obra. Aproveitando um pouco das informações extraídas do meu texto anterior. Defendi a idéia de que as culturas não estariam sofrendo uma homogeneização. Mas uma conexão a diversos meios de informação interligados pelos aparelhos de comunicação em fluidez constantes. Puxo um pouco desse debate para as questões espaciais, políticas e econômicas dessa vez. Agora são os figurantes de domínio global e território-nação.

Bauman afirma que: Em vez de homogeneizar, a Tecnologia polariza a condição humana. Anulando o espaço/tempo, os indivíduos Globais (extraterritoriais) ultrapassam seus limites físicos através dos meios de transportes e de comunicação emancipando os limites impostos e criando uma nova lógica que impõe aos indivíduos locais a degradação e a dependência para gerar seu próprio território.

O Estado nesse sentido perde boa parte de sua soberania devido à nova lógica global das relações de poder, o econômico. O ser global dominante e o estado (político) fragmentado, um “secretário prostituído” a essa nova lógica refizeram a construção social do espaço e território. Antes disso, a segunda guerra mundial foi o ultimo marco de disputas territoriais em grande escala militar. O mundo guerra fria vem posteriormente para atrair as atenções de duas grandes forças para o domínio global do sistema capitalista x socialismo. O liberalismo vence a quebra de braço e impulsiona uma nova forma de gerir o espaço:

"No mundo pós-guerra espacial, a mobilidade tomou-se o fator de estratificação mais poderoso e mais cobiçado, a matéria de que são feitas e refeitas diariamente as novas hierarquias sociais, políticas, econômicas e culturais em escala cada vez mais mundial.” Pag.16

Bauman afirma também que o a idéia de distância é uma construção social, que os seres “globais” ou extraterritoriais possuem a liberdade de ultrapassar seus territórios aos diversos locais e implantando de sua força financeira e ideológica sobre os seres locais impossibilitados de acompanhar essa nova forma de exercer o domínio sobre o território. Os globais flutuam através das “barreiras” e limites em velocidades que são proporcionais a forma de controlar num capital cada vez mais livre e desvinculado ao local e das responsabilidades conseqüentes aos seus efeitos.

Quem seriam esses seres invasores do território alheios? Esses ditos globais são os seres por trás de toda trama do capital globalizado ou transterritorializado, 350 bilionários que teriam mais da metade da riqueza equivalente a ¼ da população mundial pobre somada, controlando o sistema financeiro e gerindo sugando os fluxos dos micro locais, e ainda mais, produzindo riquezas em cima de sistemas abstratos que movimentam o dinheiro. As conseqüências estariam mais distantes de seus causadores. Pois, seu domínio físico central distante protege-o, ao mesmo tempo em que sua imagem simbólica, força e ação sobre o globo penetram os diversos lugares afirma Bauman:

“A autoridade destes últimos é garantida por seu próprio distanciamento; os globais não são diretamente “deste mundo”, mas sua flutuação acima dos mundos locais é muito mais visível, de forma diária e intrusa, que a dos anjos que outrora pairavam sobre o mundo cristão...” Pag. 61

Então meus queridos. Existe uma “tal” de teoria chamada de “fim da geografia” que afirma que os limites geográficos são cada vez menos sustentados no mundo real. Diz o Paul Virílio.

Esses limites existem sim, os territórios são modificados, ou melhor, re-territorializados. Invadidos por esses ditos alienígenas globais que condicionam o estado misturando-se a construção significativa dos diversos locais. Mais a imagem do discurso que afirma muitas vezes que o povo é pobre porque quer. Que fome e a pobreza são tratadas da mesma forma. Esquecem, ou melhor, escondem que além da fome, existem milhões de famílias sem escolas, sem saúde e em condições precárias isoladas numa miséria complexa. Muitos tentam ir aos locais que matam a fome ex.: EUA, Europa, aqueles que podem sair e que na maioria são impedidos de entrar no território dos globais e voltam ao próprio local isolado, segregado e hierarquizado.

O Estado-nação fragmentado serve de segurador para as grandes empresas que ultrapassam seus territórios. Sendo que, os “globais” através dos meios tecnológicos de comunicação e transporte tornaram ainda mais veloz, a diferença entre ricos e pobres. Segregando e excluindo cada vez mais os indivíduos locais de adentrarem na euforia dessa coisa chamada de globalização.

Bauman, Zygmunt, 1925 – Globalização: As conseqüências humanas/ Zygmunt. Bauman; tradução, Marcus Penchel. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1999

Eu

Às vezes contradigo o contráditório
Com meus sentimentos simbolistas, dadaístas, "gaga-ego-istas"
Raiva, medo, morte, mantra me acalma
Naam Ramayam 10:41 é o seu meu tempo de paz.

Meio anti-iconoclastia, psicopata, apologético!
Mim contradigo quando penso ser o que sou...
Barroco. Árcade, Modernista, Pós-Moderno, Pós-Contemporâneo?
São, sou... Um monte de parículas do qual desconheço tal função racional.
Mas, acredito ferrenhamente, veementemente.

Tantas dádivas, desgraças, deuses e deus
Qual a função de tantas tantas tontas coisas?
Eu ser pessoal e intransferível de matéria
Deboto-me de forma epiléptica com o desejo da repulsão do eu.

Ser contráditório sou eu...
Mais sou apenas um ser de desejos e danos irreparáveis.
Vivendo uma vida cruel...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Prelúdio da velhice – Eu II

Solidão, tristeza, vazio, insônia, dor!
Assim espero com desprezo a minha velhice.
Enfado sexual, mental, físico, social...
Um desprazer “confortado” pelo desejo de estar.
Casa vazia, sem crianças, esposa.
E a saudade dos dias de glória, de amores e de amigos.
Tornei-me semelhante a uma casa de aranha na parede.
Um velho chato, “careta”, que ouve mal...
Mais que traz consigo o desejo de contar suas aventuras joviais,
Ninguém me ouve, ninguém quer ouvir!
Vejo minha juventude em TV preta e branca,
Ouço o som que produzi com critcidade... Ninguém mais a ouve.
Fotos colegiais, da universidade, muitas das pessoas nem lembro mais.
Alguns morreram, outros sumiram...
Cadê a fonte da juventude?
Cadê minha família, esposa, amigos?
Salário gasto em remédios e uma baba!
Meus filhos querem a herança...
E eu só queria ter o que perdi... Perdôo!

[Gilmar Lima]

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A teia da globalização



Partindo do renascimento como um marco genitor do capitalismo e sua mundialização, a racionalização do mundo passou a um novo modo de organização da cultura ocidental. Figuras como Newton e Descartes formularam leis que contribuíram à matemática, engenharia e mecânica. Modificando o modo de produção industrial e por sua vez na organização social, anteriormente servil. Passamos pelo o iluminismo, Revolução industrial, diversos momentos históricos que configuraram um novo mundo industrializado, capitalizado nas relações.

Após o modelo fordista e toda a configuração da indústria mecânica que reinou até a década 70. Passamos à terceira revolução industrial, após a crise do petróleo, marcada pelo início era da microinformática. Novos aparatos técnico-científicos especializados são presentes desde então, modificando as relações e a produção. A robótica reduziu uma quantidade surpreendente de trabalhadores a um número restrito e especializado, modificando também, os meios de comunicação, reconstruíram a idéia de espaço na cabeça das pessoas. “Todo” lugar é acessível e consumível.

A globalização (nome surgido na década de 80) não significa exclusivamente aquela idéia de morte da cultura a dar lugar ao modo estadunidense de ser: Consumista, ouvir rock n roll, usar jeans, comer um Mac e ver um filme de Hollywood como aponta o Viscentini. A globalização junto à microeletrônica e a internet mudaram a lógica de mercado e informação. De que forma? Vejo da seguinte forma. Pegamos o indivíduo, por exemplo, damos a ele a possibilidade de percorrer todo o mundo em poucos Clicks. Ter sua língua traduzida por um sistema e um poder de compra em que sua moeda local é automaticamente convertida à moeda de outro país.

A terceira revolução industrial, mundo pós moderno, globalização, ou seja lá como chamamos a configuração desse marco histórico do qual estamos inseridos. Estamos em um adensamento espacial, somos bombardeados por informações constantes. Vindas de diversos lugares e conectadas à infinitas informações de paginas e arquivos, não é a toa que falamos de web ou rede associada à microeletrônica. Ela modificou a forma das relações sociais de comunicação, seja no Massenger, Skype, Facebook, Twiiter, etc. Temos uma organização do trabalho pautada na informática em sua maior parte. Seja no caixa do supermercado à softwares financeiros, Biotecnologia, indústria Química, Geoprocessamento e por ai vai.

Antes que algum “ crítico” venha me apedrejar. Refiro-me nesses casos anteriores, aos indivíduos que estão inseridos. Àqueles que não estão inseridos, o Milton Santos 2000 no seu “Por uma outra Globalização” se refere a outra face gerada pelas consequências da microinformática e tecnologia conseqüentes do capitalismo: Desemprego, fome, exclusão, já que essa lógica “ocidentalizada” exige uma especialização por sua vez, não adquiridas por todos, reforçou-se a precarização do trabalho a uma nova eficiência fragmentada e selecionada de trabalhadores (Paul Singer). Esse é um braço para outro discurso.

Então, meu objetivo nesse breve texto, foi trazer um pouco da implicação desse instrumento e veículo da informação àqueles que estão inseridos nela. Transformando a noção de espaço do qual, não temos uma homogeneização da cultura, mas um veículo de disseminação de culturas através de aparelhos que possuem multi funcionalidades, seja ao trabalho, consumo ou lazer. Já que, não pode-se dizer microcomputador ou laptop isoladamente, mas diversos aparelhos que se transformam constantemente e visam novas funcionalidades condensadas, a serem adquiridas e destinadas enfim, ao conforto.


Notas:

Parte das informações foram extraídas da entrevista com Willian Vicentini (Professor de geografia da USP e autor de inúmeros livros didáticos) na REVISTA FILOSOFIA. NUMERO 19. Editora: Escala educacional.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Editora Record, 2000.

Fonte da Imagem: www.forumpcs.com.br

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Hotel

-Olhem o morto! Ali no primeiro andar!

-De onde surgiu essa pobre alma? Porque suicidou-se?

As pessoas começaram a se aglomerar na porta do hotel assim que a notícia havia se espalhado. Na capital do sertão sergipano havia passado um alemão, que estava à 2 meses antes de arrancar a própria vida.

Sempre viajante, se instalava em diversos lugares. Trabalhava como representante de uma marca de fármacos. O nome desse personagem era Matthias Goertz. Solteiro, 36 anos, não tinha filhos, Haltern am See, pequena cidade da Alemanha era o seu lugar de origem. Ele estava passando um período pelo interior de Sergipe, levara além do trabalho, sua solidão, as angustias e os questionamentos. Depois de um dia inteiro de transito entre os hospitais, farmácias e clinicas. Matt havia marcado com a ortopedista de uma pequena clinica para jantar, o nome dela era Cláudia. A “simpatia” era presente no primeiro momento de encontro entre os dois:

-Caro amigo, não vou adotar a porcaria da marca do seu remédio. Não confio nesse laboratório. Possuem vários efeitos colaterais, o preço é alto e será um prejuízo grande para os meus pacientes. Você não para de insistir em me fazer adotar esse produto. Não quero, mas aceito aquela proposta do jantar da semana passada.

- Claro, discutiremos melhor essa questão do remédio, apesar de vários gênios da Universidade de Berlim não te convencerem, falaremos outras coisas. Agora vou às cidades vizinhas, a noite estarei aqui para o jantar.

-Passar bem.

Não parecia, mas Matthias estava cheio, muitas coisas já não acreditava como relacionamentos, tinha poucos amigos, havia namorado com poucas garotas. Aquele era o único trabalho que sustentaria o seu resto de carne sobre a terra e vendo a paisagem no ônibus em direção a outra cidade, ele pensa:

- Já não suporto mais, vou para Munique trabalhar no escritório da STW no próximo ano. Sair com aquela arrogante pode não ser uma boa idéia. Terminando o expediente vou comprar uma cachaça brasileira para “encher a cara” como dizem eles. Há muito tempo venho ficando paranóico e impaciente com tudo isso. As poucas pessoas que me restam estão distantes. Não sei como esse pessoal da America latina se prende muito à Deus, ele morreu a muito tempo, ficam segurando suas ilusões numa vida fajuta de existência. Não existe mais céu ou inferno, quero dizer, nunca existiu. Se preparem para a vida ou se preparem para o nada! Vou comer aquela Cláudia, chegarei bêbado e cuspirei na cara daquela vadia.

12 horas após o encontro, Cláudia espera Matthias no restaurante, a médica solitária está aguardando o possível homem do qual imaginaria algo:

-7 e meia, aquele homem não chegou, está por ai vendendo aquela porcaria, mas é uma gracinha, imagino que ele tenha algo interessante para conversar, pelo menos vou exercitar meu pobre alemão. Ops!

-Desculpe a demora, Cláudia, você está bela hoje, mas seus olhos de cansaço não me enganam. Você quer ir logo para casa. Não?

-Senhor Goertz, errado. O que te faz ser assim? Um péssimo ator. Estou querendo conversar, queria Sab...


-Cláudia! Estou de saída, marquei com outra mulher, enjoei da sua cara!

....

- Seu Idiota de merda!

Assim, Matt sai do restaurante, bêbado e inconstante. Vendo sua cama rodar, percebe que tudo já carece de um propósito. Começa a perguntar-se do sentido ide suas ações.

-Pra que me entregar à volúpia conflituosa daquela mulher? Depois estarei tão solitário e vazio quanto ela. Amanhã será como aqueles velhos dias.

Logo cedo, levanta-se numa manhã nublada, ainda soprando uma brisa gelada, parecida com a de Haltern Am See. Decidiu não trabalhar. E durante a tarde, a camareira do hotel encontra seu corpo enforcado através da janela. O alemão que trazia sua dor, não viu mais nada que o sustentasse naquele quarto. Apostou a saída para algo desconhecido, o nada, o retorno ou quem sabe, o céu e o inferno.

Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpesso...