terça-feira, 13 de setembro de 2011

Olhe do Lado

Veja o quanto somos frágeis e inofensivos aos gestos sentimentais... Mesmo sendo convenções humanas acreditamos tão veementemente que parece inato ao homem. A menina do seu lado é a mais perfeita puta, aquela insana que você deseja e a o mesmo tempo rejeita, vê nela tudo que você ama e odeia. Deitar do lado dela, receber o mais “puro” afago e se sentir tão bem, que é bem capaz de sentir um gozo jamais inmaginável e possível numa transa em um prostíbulo barato.

Menina faceira que encanta ao mesmo tempo que enfeitiça, que te direciona a mais cruel das palavras de forma tão suave que ecoa como delírios flumegantes em uma noite de verão. Que encosta a cabeça em teu ombro e te dá o mais belo gozo... Mais você sem perceber está ao bel prazer dela, te manipula como um simples controle remoto, menina feceira, feiticera que elenca o papel principal no meu teatro tragicómico, que me enlouquece os desejos insanos de uma marstubação egóista da qual te possuo.

Qeuria te ter, ao mesmo tempo que temo a proximidade, já que tal abraço me provoca tanto medo e tanto nirvana... Oh droga que és a mais forte dentre todas, que não há recuperação. Mentira, mentira, mentira, não há temor, só há desejos! Tenho medo de perder tudo que nunca tive nem tenho, menina faceira que ao meu lado sempre está. Me deixa um dia, no dia da nossa separação acariciar seus lábios em um ardente beijo, tocar teu corpo como sempre desejei fazer, enquanto meus colegas e amigos o faziam!

“Seja como for, sem palavras ou invenções sentimentais, te desejo mais quero ser somente o lado que te nega”

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A hora de escrever

Sentar em algum lugar de pés descalços, coração a pulsar e poucas palavras

Um desespero interminável, o último pulsar, a primeira sílaba – ÚL -

Uma descarga de dor, alegria, empolgação, depressão, fezes

Não sei nem o que é um peixe, mais a tua irreverência me comove.

A menina que te deixou, a menina que você nem teve...

Tudo a acontecer no mesmo pulsar...


O último raio, a última flecha cravada ao peito, o último pulsar

O desejo que não realizou, o sonho que não sonhou, a música que não ouviu

Descritos na ponta da pena que transcreve meu pensar

Um pensamento preso as amarras do tempo do qual sou fluído

Um desespero interminável, o último pulsar, a segunda sílaba – TI -


O texto é sincero, inegável, sem amarras, sem fingimento poético

O texto é a dor abstrata se concretizando...

São verdades, crenças do Eu se materializando... Se transpondo.

São pessoas, animais, frutos, objetos, flores, tubérculos e raízes

Que ganham significado e significante com simbolismos diferentes.

Um desespero interminável, o último pulsar, é a última sílaba – MO.


[Gilmar Castilho]

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O estar só

Diga-me em que ano estamos... O mundo ainda não acabou?

Cansado de acordar e viver o eterno 'repeat' geracional

Querendo estar só... Mais cheio de tudo e todos!

O mundo que gira e a girar meu mundo pira.

Meninas e meninos frustrados, eis o futuro da nação lascada.

Meu desejo é capital futuro e egoísta.

Olhar para os lados e as desilusões em outdoor

E as paixões em todos mortas e robotizadas.

Meu lixo humano, my trash life!

Em inglês, espanhol, grego todo o nada se repete.

E só fico a pairar numa nave que não pode pousar.

Putrefação, zumbis e máquinas a se movimentar.

Não existe coletivo, só o todo só.

E só fico a pensar que só, sou somente nada.

E o todo fica só a desejar o que não há.

Somos máquinas repetitivas e ultramodernas

Desempenhando funções que a natureza por si é incapaz.

Eis a função da solidão... Ctrl, shift, delete e enter.



[Gilmar Castilho]

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que se pensa, não, é.

A história comprova-me que o novo é velho...

E as marcas de sangue espalhadas no chão não secaram

Nada de tão novo que se esqueça da velha exploração.

Nos meus momentos mais egoístas olho-me como o todo

Mais nas minhas as avessas, vejo as disparidade... E silencioso me submeto!

Olho a menina que ainda chupa bico a chupar outra coisa.

E aquele senhor morrendo de dor dente...

Dos poucos dentes que ainda restam.

A menina que já é mãe, filho este do próprio pai.

No meu Corolla prata vejo o suor escaldante que desce no rosto da prostituta.

Submissa... Finge gemidos como uma perfeita atriz. É medo da fome!

O menino morre no hospital pois o médico foi almoçar.

O que se pensa não se faz, ninguém pode mais.

E os negros e negras em um navio negreiro naufragam.

No mais alto grau está um ser burgues, branco, e sem noção.

Não importa a história, razão, filosofia ou ciência.

O que importa é a minha onisciência dos fatos tristes.

Só mim interessam os lucros.

Não me distancio da realidade, nem me posiciono como vítima nem acrítico fico.

Apenas temo ser aquilo que vejo fora dos meus metais.


[Gilmar Castilho]

domingo, 17 de abril de 2011

Per-ce-pção

Em câmera lenta vejo as coisas

Coisas tais, da qual desconheço a origem

Em dubiedade a percepção.

Uma casa de praia, uma piscina

Deitado ao ar, fecho e abro os olhos

Olhando o céu florido de estrelas

Tem sempre um pássaro negro a me olhar.

Uma conversa socialista...

Em uma casa de dois milhões de reais

Carros luxuosos... E uma conversa socialista.

E em dubiedade a percepção.

Anti moralismos, igualdade racial, sexual e etcetera.

Em parte parece a descrição da constituição.

E o luxo no meio da discussão.

Minha mente ensandecida se interroga

É realidade ou ilusão?

[Gilmar Castilho]

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acreditar?

Lembro que quando pequeno me perguntava se realmente vivia ou se tudo que vivia era apenas um sonho dentro de um sonho maior... Saber o que é a verdade o que a mentira, o que é a realidade e o que é irreal sempre fizeram parte da minha evolução corporal humana.
Às vezes me sinto como um personagem de uma grande peça de teatro, personagem fadado a cumprir um ‘script’ por toda a realidade ou pelo menos uma pseudo realidade, a diferença é que nem sempre os bons vencem no final. Se é que existe bondade, platonicamente falando, ou esta está permeada de interesses que a tiram a pureza.
Saber de onde vim embrionariamente falando e pra onde vou, se é que vim e vou pra algum lugar. Sou meio indeciso com relação a estabelecer verdades e a acreditar em certas concepções, e muitas vezes sabendo que é verdade (teoricamente) ainda assim não acredito. Leio teóricos, vejo filmes, uso internet, vejo pessoas, assisto debates, leio jornais, revistas, playboy etc. No entanto estou sempre a me perguntar se aquilo é verdade! É verdade?
Olho pro céu cheio de estrelas, olho pra minha barriga gorda e cheia de pêlos, olho pros mendigos cheios de fome, os meninos cheios de vermes, os rios cheios de esgotos, o ar cheio de poluição... Tá tudo cheio! Só me faltam respostas. Há respostas?
Deus, Alá, Maomé, Rá, Viracocha, Gucumatz, Apolo, Erlang Shen, Iemanjá... São tantos que poderia escrever um livro só de nomes de deuses. No entanto fico a me retorcer pra tentar entender se há respostas através deles.
Vejo que esse envelhecimento datado e chamado de amadurecimento não retirou muitas dúvidas da minha infância, tenho medo de acreditar no que se diz verdade e totalmente desacredito das teorias, afinal são tantas, qual a mais viável qual a mais “real”? Sei lá, dizem academicamente que o senso comum não possui validade na intelectualidade, mais o que é o intelecto? Não sei se o conhecimento esclarece o homem ou o escraviza a si? Mais na verdade o que é a verdade? Há verdade? Pra que ela serve? Nem sempre o que se serve é o melhor banquete.

“... Na verdade é que não há verdade...” (Matanza).
“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas. (Friedrich Nietzsche).


[Gilmar Castilho]

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pensamentos

Penso no que penso...

E penso que não penso nada.

Se o pensamento pensa tenso.

Pretensioso penso alto!

Se pensativo penso pouco.

Penso louco, ativo o passo.

Meus passos ao paço pensam rouco.

Logo paro, penso... Rouco falo:

“Parado penso a mente... Calado”

[Gilmar Castilho]

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Nada

E de repente o nada...

Olhar para um lado e para o outro e somente, nada!

Nenhum ruído, nenhuma luz, “não há mais luz no fim do túnel”.

Não tem amigos, mãe, pai, irmãos...

Só o desejo de ter o que não pode ter...

Não o ser o que não pode. É!

Aquele acorde ecoa no fundo da sua memória e te assusta.

O barco afunda, o cais está longe e o mar é cheio de tubarões.

Ninguém te quer ninguém te reconhece é simplesmente nada.

Vê transfigurar seu corpo, e seus últimos reflexos são inatos, sobrevivência!

Lembra de tudo... Mas olhe agora a sua condição miserável.

São os seus últimos segundos-horas de dor, tristeza, melancolia.

Descobre-se nesse momento o que realmente é/somos: NADA!

[Gilmar Castilho]

quinta-feira, 24 de março de 2011

Aversão as Avessas/ O Mal Estar

Esse preconceito intelectual é preconceituoso.
Todo o mundo tem/busca ou se implanta em um padrão.
Nada de tradicionalismos, barrismos, machismos, nada de "ismos".
A mulher tem que ser "A MULHER"!
E o homem também! Oh que delicado...
Pra mim só a cópula é o suficiente.
Mais isso é um "ismo", machISMO!
Queria não ver ninguém, não ouvir ninguém.
Mais... Alguém me liga e diz que quer me ver.
E eu digo que quero ficar só, que gosto da solidão.
Eita... Outro "ismo", egoISMO!
Na verdade gosto dos "ismos", e do pretérito histórico.
Na verdade tenho mal estar com as pessoas.
Tenho aversão a convenções que criam cópias.
Gosto do mundo em suas contradições, um mundo as avessas.

[Gilmar Castilho]

quinta-feira, 17 de março de 2011

Entre a cruz e o amor

Quando pequeno via em meus pais todo um espelho...
Psicologicamente eram meus super-hérois
Quando adolescente queria uma distância...
Hoje adulto ou semi... Tenho medo de os perder!
O eterno e certeiro curso do rio me assusta
Perdemos e ganhamos o tempo todo...
A perca nem sempre é justa, e as vezes irretornável.
O ruim de perder é as vezes não poder ter dito adeus
Não ter ouvido aquela música curtindo aquele pôr do sol
Olhar pra tudo e sentir certeiramente que falta algo...
Hoje depois de velho vejo a frustação de não ter dito o óbvio!
De não ter dito meus "Super-Hérios"...

sábado, 12 de março de 2011

Acasos

Parar, pensar, sonhar, cantar, amar...

Porque todos nos deixam, todos nos deixam todos os dias!

Parado no tempo a esmo...

Penso que nada dará certo, e que mecanicamente fui programado a vagar

Sonhei que tudo estava em completa desilusão e que tudo era marasmo

Cantando descobri que o movimento está vivo!

Amando a partir do “Eu” egoísta posso mudar toda e qualquer coisa “além-eu”

Palavras bonitas e de auto-ajuda soltas no dicionário...

Na verdade a única coisa permitida nesse lugar é sonhar...

Mais é proibido sonhar alto!


[Gilmar Castilho]

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vida

Tó cansado dessa porra... dez horas de trabalho!

Vidinha do caralho... Falta comida!

Essa buceta de merda... República Federativa... Brasil!

Buceta, merda? Ahn? Estou ficando louco...

Tá foda, tá foda, tá foda... Meu aluguel atrasado!

É uma masturbação mental... Dizer que o país tá bem!

Esse cabrunco me consome... A fome!

É realmente uma porra... Viver assim!

Essa gota serena... Global!

Tá foda, tá foda, tá foda...

E todos te fodem...


[Gilmar Castilho]

Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpesso...