quinta-feira, 28 de abril de 2011

O estar só

Diga-me em que ano estamos... O mundo ainda não acabou?

Cansado de acordar e viver o eterno 'repeat' geracional

Querendo estar só... Mais cheio de tudo e todos!

O mundo que gira e a girar meu mundo pira.

Meninas e meninos frustrados, eis o futuro da nação lascada.

Meu desejo é capital futuro e egoísta.

Olhar para os lados e as desilusões em outdoor

E as paixões em todos mortas e robotizadas.

Meu lixo humano, my trash life!

Em inglês, espanhol, grego todo o nada se repete.

E só fico a pairar numa nave que não pode pousar.

Putrefação, zumbis e máquinas a se movimentar.

Não existe coletivo, só o todo só.

E só fico a pensar que só, sou somente nada.

E o todo fica só a desejar o que não há.

Somos máquinas repetitivas e ultramodernas

Desempenhando funções que a natureza por si é incapaz.

Eis a função da solidão... Ctrl, shift, delete e enter.



[Gilmar Castilho]

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que se pensa, não, é.

A história comprova-me que o novo é velho...

E as marcas de sangue espalhadas no chão não secaram

Nada de tão novo que se esqueça da velha exploração.

Nos meus momentos mais egoístas olho-me como o todo

Mais nas minhas as avessas, vejo as disparidade... E silencioso me submeto!

Olho a menina que ainda chupa bico a chupar outra coisa.

E aquele senhor morrendo de dor dente...

Dos poucos dentes que ainda restam.

A menina que já é mãe, filho este do próprio pai.

No meu Corolla prata vejo o suor escaldante que desce no rosto da prostituta.

Submissa... Finge gemidos como uma perfeita atriz. É medo da fome!

O menino morre no hospital pois o médico foi almoçar.

O que se pensa não se faz, ninguém pode mais.

E os negros e negras em um navio negreiro naufragam.

No mais alto grau está um ser burgues, branco, e sem noção.

Não importa a história, razão, filosofia ou ciência.

O que importa é a minha onisciência dos fatos tristes.

Só mim interessam os lucros.

Não me distancio da realidade, nem me posiciono como vítima nem acrítico fico.

Apenas temo ser aquilo que vejo fora dos meus metais.


[Gilmar Castilho]

domingo, 17 de abril de 2011

Per-ce-pção

Em câmera lenta vejo as coisas

Coisas tais, da qual desconheço a origem

Em dubiedade a percepção.

Uma casa de praia, uma piscina

Deitado ao ar, fecho e abro os olhos

Olhando o céu florido de estrelas

Tem sempre um pássaro negro a me olhar.

Uma conversa socialista...

Em uma casa de dois milhões de reais

Carros luxuosos... E uma conversa socialista.

E em dubiedade a percepção.

Anti moralismos, igualdade racial, sexual e etcetera.

Em parte parece a descrição da constituição.

E o luxo no meio da discussão.

Minha mente ensandecida se interroga

É realidade ou ilusão?

[Gilmar Castilho]

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acreditar?

Lembro que quando pequeno me perguntava se realmente vivia ou se tudo que vivia era apenas um sonho dentro de um sonho maior... Saber o que é a verdade o que a mentira, o que é a realidade e o que é irreal sempre fizeram parte da minha evolução corporal humana.
Às vezes me sinto como um personagem de uma grande peça de teatro, personagem fadado a cumprir um ‘script’ por toda a realidade ou pelo menos uma pseudo realidade, a diferença é que nem sempre os bons vencem no final. Se é que existe bondade, platonicamente falando, ou esta está permeada de interesses que a tiram a pureza.
Saber de onde vim embrionariamente falando e pra onde vou, se é que vim e vou pra algum lugar. Sou meio indeciso com relação a estabelecer verdades e a acreditar em certas concepções, e muitas vezes sabendo que é verdade (teoricamente) ainda assim não acredito. Leio teóricos, vejo filmes, uso internet, vejo pessoas, assisto debates, leio jornais, revistas, playboy etc. No entanto estou sempre a me perguntar se aquilo é verdade! É verdade?
Olho pro céu cheio de estrelas, olho pra minha barriga gorda e cheia de pêlos, olho pros mendigos cheios de fome, os meninos cheios de vermes, os rios cheios de esgotos, o ar cheio de poluição... Tá tudo cheio! Só me faltam respostas. Há respostas?
Deus, Alá, Maomé, Rá, Viracocha, Gucumatz, Apolo, Erlang Shen, Iemanjá... São tantos que poderia escrever um livro só de nomes de deuses. No entanto fico a me retorcer pra tentar entender se há respostas através deles.
Vejo que esse envelhecimento datado e chamado de amadurecimento não retirou muitas dúvidas da minha infância, tenho medo de acreditar no que se diz verdade e totalmente desacredito das teorias, afinal são tantas, qual a mais viável qual a mais “real”? Sei lá, dizem academicamente que o senso comum não possui validade na intelectualidade, mais o que é o intelecto? Não sei se o conhecimento esclarece o homem ou o escraviza a si? Mais na verdade o que é a verdade? Há verdade? Pra que ela serve? Nem sempre o que se serve é o melhor banquete.

“... Na verdade é que não há verdade...” (Matanza).
“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas. (Friedrich Nietzsche).


[Gilmar Castilho]

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pensamentos

Penso no que penso...

E penso que não penso nada.

Se o pensamento pensa tenso.

Pretensioso penso alto!

Se pensativo penso pouco.

Penso louco, ativo o passo.

Meus passos ao paço pensam rouco.

Logo paro, penso... Rouco falo:

“Parado penso a mente... Calado”

[Gilmar Castilho]

Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpesso...