quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que se pensa, não, é.

A história comprova-me que o novo é velho...

E as marcas de sangue espalhadas no chão não secaram

Nada de tão novo que se esqueça da velha exploração.

Nos meus momentos mais egoístas olho-me como o todo

Mais nas minhas as avessas, vejo as disparidade... E silencioso me submeto!

Olho a menina que ainda chupa bico a chupar outra coisa.

E aquele senhor morrendo de dor dente...

Dos poucos dentes que ainda restam.

A menina que já é mãe, filho este do próprio pai.

No meu Corolla prata vejo o suor escaldante que desce no rosto da prostituta.

Submissa... Finge gemidos como uma perfeita atriz. É medo da fome!

O menino morre no hospital pois o médico foi almoçar.

O que se pensa não se faz, ninguém pode mais.

E os negros e negras em um navio negreiro naufragam.

No mais alto grau está um ser burgues, branco, e sem noção.

Não importa a história, razão, filosofia ou ciência.

O que importa é a minha onisciência dos fatos tristes.

Só mim interessam os lucros.

Não me distancio da realidade, nem me posiciono como vítima nem acrítico fico.

Apenas temo ser aquilo que vejo fora dos meus metais.


[Gilmar Castilho]

Um comentário:

Thielle Stark disse...

Parabéns pela escrita!👏👏👏💚

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