quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Para Jaiane com amor!


Eu queria tanto ter tempo... meu dia é muito corrido!
Ah, minha vida se resume a trabalhar e dormir!
Essa frase é como música no meu ouvido de tão corriqueira que a ouço. O tempo é fato programado, mensurável e não há possibilidade de estendê-lo ou diminui-lo. O mais saudável, visto que somos finitos, é OTIMIZAR, aproveitar ao máximo o tempo que lhe é disponível.
Ter uma ORGANIZAÇÃO temporal é tão importante quanto arrumar livros numa estante, organizar sua gaveta de cuecas, onde se separam cuecas e meias. Organizar seu tempo é dar mais ELASTICIDADE ao seu dia, garantir um melhor rendimento – não necessariamente labor, mas também LAZER – e quiçá mais descanso! Num período de 24 horas pelo menos dois terços desse tempo já estão comprometidos entre sono (muito importante) e trabalho (os sortudos livres deste meu sincero PARABÉNS!) e sobram oito horas para refeições, traslados, banhos, algum descanso casual, academia, caminhada etc. Parece que são muitas coisas para pouco tempo, de fato é se não se organizar.
ORGANIZAR O TEMPO para conseguir fazer todas essas atividades com um alto grau de aproveitamento e realização pessoal é imprescindível. Se tentar fazer as coisas sem organizar o seu dia, sua agenda acabará por NÃO conseguir cumprir todas as tarefas e isso dá uma sensação de IMPOTÊNCIA, além de lançar atividades não resolvidas para o dia posterior, ou seja, sobrecarregando o próximo dia e quase que garantindo uma nova DECEPÇÃO, o não cumprimento das metas diárias.
Seja RACIONAL com seu tempo! Além do mais seja racional com as TECNOLOGIAS, com as REDES SOCIAS... já parou pra pensar o quanto do seu tempo livre elas consomem? O quão produtivo seria o seu dia se dependesse menos das REDES? O quão feliz seria ser produtor dos fatos do seu dia, ao invés de receber fatos que em nada te acrescentam?
O seu dia NÃO É PEQUENO! Sua vida pode ser além do “mais do mesmo”. Evite ser a estrela principal desse circo sem plateia. SEJA AUTOR da obra da sua vida, o chronos, o senhor do tempo, do seu tempo.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

O velho do algodão-doce

          Uma coisa não tão comum é que a tempestade que assombra a superfície do real assombra também o mistério da tempestade do leito escuro de vozes de dentro. Assim, Lauro estava ao volante, procurando se molhar no abissal do ontem que não aconteceu e do talvez do amanhã que não virá, por meio de um desejo de respirar puramente o assoalho inundado interno. Quando o motorista mergulhador atinge a camada mais profunda onde tudo escurece, Amanda, ao lado, na superfície, grita: “Cuidado com o senhor vindo!” e o grande acordar com palpitações o faz desviar bruscamente o automóvel da direção do velho, inclinado enquanto subia a ladeira, com uma vara cheia de algodões coloridos na ponta. É imperativo desviar dos seres vivos, mas o velho com algodões-doces não o deixaria em paz. Pois susto da superfície do real, pelo risco de matar por displicência um ser no seu outono da vida com o sonho colorido, simples e puro em satisfaz crianças que nunca entraram no mistério do rio, causou-lhe mais outra tempestade. A grande inquietude do Lauro é que aqueles algodões-doces, para as crianças, com o velho, não pareciam ser envolvidos por mundo de tempestades e inundações, tudo que sempre quisera em sua meia-idade. Nada de grave aconteceu. Passaram-se os dias e o rio de palavras baixou, Lauro flutuava tranquilo enquanto dirigia, ele estava na simplicidade do real, via as luzes, os cães, o sinal, a faixa de pedestres, era dia - tudo como o mundo comum se processa -, todavia - como o tempo amazônico é inesperado na superfície próxima ao equador – na cabeça do flutuador motorista não era esperada a carta vinda do fundo do rio e, durante seu silêncio em paz, tais profundezas turvas e turbulentas mandam a mensagem: “Boa tarde, Lauro, você está na superfície neste momento, contanto, lembre-se, quando estiver aqui embaixo e, ao mesmo tempo, o velho do algodão-doce aparecer defronte aí em cima - em sua solidão – você será eu; e o Velho, que habitará sua casca vazia de medo e dor em forma de crustáceo, você! ”

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

XX: O SÉCULO DO TERROR - COMO A CRISE DE 1929 CONTRIBUIU PARA A II GUERRA

O século XX, foi um século de muitas mudanças e fortes tensões, das Revoluções Russas como descreve Daniel Aarão a partir das várias revoltas populares com a insatisfação perante o tzarismo , destaque para a Revolução Russa de 1917da industrialização alemã, da I Grande Guerra (1914 – 1918), o crack da Bolsa de Valores em 1929 em Nova Iorque, nos EUA, a II Guerra Mundial, e os conflitos entre os países do bloco capitalista versus o do bloco comunista, denominado Guerra Fria, que termina com a desarticulação da URSS em 1991 
As mudanças experenciadas pelas sociedades do século XX ficaram marcadas na história, foi o fim da Belle Époque. Período de temor das grandes nações, de uma corrida imperialista, fortalecimento econômico, concretização do capitalismo, afirmação da democracia, de fome, insegurança e guerras, marcado pelas incertezas. Um 'século sombrio' como denomina Francisco Teixeira: “sombrio no sentido de que as luzes brilhavam de forma intermitente, obscurecidas por períodos de escuridão e trevas... guerras, genocídios, pobreza de massas, extremismo e opressão... um lugar de purgação.”  
Não haviam mais colonias a conquistar e nesse processo de amadurecimento do capitalismo a luta agora era por novos mercados consumidores, formar novos impérios, onde as potências possam estender seus domínios, subjulgando e impondo ao outro suas maneiras e modos de ver a vida, através do uso da força e de avanço do poder bélico das potências. Ainda é um mundo marcadamente eugenico, onde os principais líderes políticos e boa parte da sociedade acredita na naturalização da desigualdade e não na sua criação/fabricação, como forma de legitimar o poder, na crendice da superioridade da “raça branca”, no etnocentrismo e no darwinismo social.   
Nesse contexto surge a 1ª Guerra Mundial. É uma guerra por buscas de novos mercados, ao mesmo tempo que aparecia o temor da ascendência de outras potências. Uma guerra de avanços nas “tecnologias da morte”, cartuchos metálicos, tanques, aero-naves, bombas de gás, submarinos onde se encerrará o cavaleirismo de guerras anteriores. É uma guerra imperialista de contenção e exibição do poder bélico. 
A economia agora mais do que nunca fomenta as desavenças, ordena e orienta o mundo, nesse contexto, o presente trabalho enfoca nas relações da Crise de 1929 com o desencadeamento do fascimo alemão, o Nazismo. 
Não foi uma simples crise,as crises são fatores comuns no mundo econômico e de fácil contorno e adaptação, foi um colapso no mundo, uma freada/parada brusca na prosperidade econômica do mundo, foi um colapso globalizante, que atingiu dos centros às periferias. A crise de 1929 começa com o “crack” da bolsa de valores em Wall Street na cidade de Nova Iorque, mas atinge dos países desenvolvidos aos subdesenvolvidos, tendo como marco o dia 29 de outubro “a terça-feira negra”. 

A taxa de desemprego vai a números inimagináveis, não havia uma previdência pública eficaz e as poupanças privadas praticamente somem. O protecionismo econômico foi um dos principais fatores que levaram a este colapso, este esforço em proteger seus próprios mercados, em uma balança comercial favorável, acabou por desenvolver este “demônio” que assombrou tantos países e levou tantos empresários e investidores ao suicídio. 
O colapso foi fator imprescindível para os fascismos e os desdobramentos da 'II Guerra Mundial', tornando Hitler no senhor da Alemanha. Os Estados Unidos saiu fortalecido ao fim da I Guerra enquanto a Alemanha que acabara de iniciar seu processo de desenvolvimento econômico se  ver refém das potências vencedoras e sufocada pelo Tratado de Versalhes com fortes cláusulas geográficas, militares, moral e financeira. É da crise e dos medos que se apropriam alguns indivíduos e se avança em muitos países uma esquerda radical, que diz restaurar o Estado com várias políticas públicas. 

No âmbito das relações políticas, passou-se a desejar governos fortes, autoritários, capazes de superar em eficiência os instáveis sistemas parlamentares. No plano ideológico, assistiu-se à valorização da força, da vontade e da ação... o inconformismo com o resultado da primeira Guerra Mundial voltou imediatamente à tona. (GONÇALVES, 2005, p169).  

O alemães agora juntam suas revoltas e insatisfações derivadas do resultado da I Grande Guerra, mais a crise do capital financeiro, a fome, o desemprego, para um Estado totalitário que coloca a culpa no gay, no judeu, no cigano, somados a discursos inflamados de resistência e de luta contra o inferior, a raça ariana teria que fortalecer sua honra, sua coragem e seu exército. O partido Nacional Socialismo (Nazismo) chega ao poder por vias “democráticas” e “legais” como analisa Francisco Teixeira, com apoio de boa parte da população, de movimentos conservadores e liberais. 
Os inimigos são eliminados logos com a ascensão do Nazismo, que busca revisões no Tratado de Versalhes, fortalece o Estado, articula um exército e toma medidas importantes para o reerguimento a economia alemã. A Alemanha realmente consegue se reerguer da crise de 1929 o que anima e fortalece o apoio de boa parte da sociedade. 
A crise de 1929 foi o estopim do fortalecimento de vários Estados totalitários em vários países no mundo, o antiliberalismo será tema nos discursos, com atenção para um exacerbado nacionalismo, centradas na figura de alguns homens, neste caso Adolf Hitler, tornando-se mártir de uma causa, centro de uma lota, a encarnação do Estado no próprio ser. Diante disso restam as desgraças, as mortes, o terror, o medo, este realmente foi um século “sombrio”. 

REFERÊNCIAS 

CONRAD, Joseph. O Coração das Trevas. Trad. Albino Poli Jr. L&PM, 2002.Filme recomendado: Paradise Now. (Dir. Hany Abu-Assad,  90 min., 2005). 

FERGUSON, Niall. A missão. In: Império: como os britânicos fizeram o mundo moderno. São Paulo: Ed. Planeta, 2010.p.134-181. 

FRIEDLÄNDER, Saul. A Wermatcht, a sociedade alemã e o conhecimento do extermínio em massa dos judeus. In:BARTOVOmer, GROSSMANN, Atina, NOLAN, Mary (Orgs).  Crimes de Guerra: culpa e negação no século XX. Difel,2005.p.53-66  

GONÇALVES, Williams da Silva. A segunda Guerra Mundial.  In: FERREIRA, J., REIS FILHO, D.A., ZENHA, C. (Orgs.). O século XX: o tempo das crises – revoluções, fascismos e guerras. Civilização Brasileira, 2005. 

REIS FILHO, Daniel Aarão. As revoluções russas. In: FERREIRA, J., REIS FILHO, D.A., ZENHA, C. (Orgs.). O século XX: o tempo das crises – revoluções, fascismos e guerras. Civilização Brasileira, 2005.p.35-60.  
   

Tópicos para formação do entendimento de alguém

- Compreensão: talvez este seja o ponto crucial em qualquer situação que transcenda o espaço individual, que permeie as relações interpesso...