sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Coreto

Pássaros, cães, gatos, crianças e senhores
Passeiam por entre estas pequenas varedas calçadas
Mágia magnifica essa que é liberada na tarde
Quando se olha as crianças brincando na grama
Refletindo o sol, na testa já suada.
Casais se envolvem nos bancos e árvores
Num alvoroço que até parece antropofágico
Mais não é nada mais do que o desejo feroz
Que este ambiente provoca nos corpos juvenis
Alguns dali tocam violão, outros riem e outros choram
Árvores de longo toco e poucas folhas, mais que falam por si um tempo
Minha tristeza é sentar aqui e ver que tudo passa
Assim como também passa o coreto nos olhos de uma criança
Que reflete a felicidade despercebida nos olhos de um adulto
Que riu e chorou aos braços destas belas sombras nas manhãs, tardes ou noites
E que verá e sentirá toda essa felicidade na face do seus filhos
No que foi e será cenário simbólico, da pureza ao roubo legitamado
Da juventude a velhice, mais mesmo que o ofusquem ainda brilha: pois tú é o coreto.


Gilmar Sullevan

Um comentário:

Unknown disse...

Pois sim, o coreto (a praça) não só nos trás, como aos habitantes da mesma cidade uma ligação simbólica com o espaço, que se torna fluida com o tempo, é triste saber que as coisas não são mais tão boas como eram para nós, e ter que ficar apenas como nosso desejo poético com o espaço "sendo bem egocêntrico" o o recorte temporal de uma época e sua transformação concreta, mesmo que esteja a mesma coisa de a poucos anos atrás, mas não está o contexto como pessoas, situaçãos que nos coloca no velho posto do desejo pelo perdido transformado que agora é de posse de outros em epocas recentes, espero que toda transformação na cidade leve em consideração a subjetividade das pessoas também...abraço

Miguel

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