quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Prelúdio da velhice – Eu II

Solidão, tristeza, vazio, insônia, dor!
Assim espero com desprezo a minha velhice.
Enfado sexual, mental, físico, social...
Um desprazer “confortado” pelo desejo de estar.
Casa vazia, sem crianças, esposa.
E a saudade dos dias de glória, de amores e de amigos.
Tornei-me semelhante a uma casa de aranha na parede.
Um velho chato, “careta”, que ouve mal...
Mais que traz consigo o desejo de contar suas aventuras joviais,
Ninguém me ouve, ninguém quer ouvir!
Vejo minha juventude em TV preta e branca,
Ouço o som que produzi com critcidade... Ninguém mais a ouve.
Fotos colegiais, da universidade, muitas das pessoas nem lembro mais.
Alguns morreram, outros sumiram...
Cadê a fonte da juventude?
Cadê minha família, esposa, amigos?
Salário gasto em remédios e uma baba!
Meus filhos querem a herança...
E eu só queria ter o que perdi... Perdôo!

[Gilmar Lima]

Um comentário:

Unknown disse...

Mais uma vez Gilmar

Outra dificuldade da nossa raça racional. É a de saber passar das etapas. A memória é essecial para a nossa vida. Ela tem o papel de trazer a tona o que arquivamos desde o dia que codificamos o mundo através dos sentidos e das relações com o mesmo.
Eu também tenho um pouco dessa coisa de me sentir velho com 20 anos. As vezes identificamos certos sentimentos nossos que se assemelham com os velhos que possuem 60 anos, nossos pais, nossos avós. Possuimos certas angustias de coisas que passaram e coisas tão boas que queremos retornar. Características, pessoas, modos, gestos que passaram não voltam mais como eram antes. Muita coisa acaba perdendo a graça. As vezes temos momentos semelhantes mas o sentimento do que foi antes acaba não voltando mais.

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