terça-feira, 1 de março de 2011

Meu barco que cais

[Gilmar Lima]
Lá está amarrado no cais...
Balançando ao ritmo das mórbidas ondas.
O cais, ponto de repouso para um gigante destemido
Que navegou tanto por estes mares enfrentando ondas e tempestades.
Símbolo de paz e turbulência, ô gigante do mar, mares.
Foi meu fiel confidente, durante todo esse tempo
Mais a idade o deixa fraco, acachapado
Tentei dar-lhe todas as vidas.
Trago comigo a eterna lembrança dos dias que passamos juntos
Fizemos do mar nosso hotel, das águas nossa vida...
Triunfamos e perdemos, mas sempre juntos.
Amigos dos dias e das noites... Oh quantas noites enluaradas...
Um copo de vinho... E uma canção de marinheiro!
Lustrava-te todo o convés com o mais puro óleo.
E hoje vejo tudo que vivemos passando num djavu.
E agora depois da última viagem, despeço-me aos prantos
Pois meu barco afunda no cais.
Nunca fui ao mar! Nem sei se existe nem de qual lado está...
Isso é só uma mentira, assim como a vida
O barco sou eu amigo de mim mesmo.
O mar... O mar é a vida.
O cais o ponto final.

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