Se fôssemos seguir essa
analogia errônea do título sobre a relação do homem com tal mãe, a humanidade seria um filho viciado em crack, cuja única
finalidade seria consumir e tentar - e apenas tentar - controlar a própria morte em um
segmento do futuro. Essa mãe continuará a viver após a morte do seu filho
e, por mais que a humanidade mate, roube e destrua tudo e a si mesma, a
natureza continuará, sem pessoas, por mais que essas se julguem importantes
sobre a determinação do futuro das coisas. A vida também continuará aqui ou em
outro lugar na galáxia ou no universo, haja vista a necessidade da contingência
da vida independer da vontade humana, logo as coisas em grande escala continuarão
coisas nesta ou em outra matéria. Além disso, a própria defesa romantizada da
natureza é uma atitude travestidamente egocêntrica, pois o homem quer instintivamente
sobreviver, adotando-se o lirismo do “que peninha mico-leão dourado” para
esconder a real perversidade: degradar tudo e os outros por um pouco mais de conforto. Portanto, nossa importância na escala do
início ao fim no espaço-tempo do universo é insignificante e o alcance da ação
da humanidade se estende da ruptura da vida local a sobreviver um pouco mais ou
um pouco menos. A necessidade do acaso, força real do universo, fará vida aqui
ou em qualquer outro lugar independentemente da obsessão humana em controlar, pois a natureza é não só nós, mas o resto do universo, alheio à consciência sobre as coisas.
Obsessão essa, importante relatar, é consequência de não podermos controlar o único futuro a que nos destina: a
certeza de nossa própria morte.
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