terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Mal sucedido

Muito complexo entender os fatores que elevam o indivíduo ao ‘status’ de bem sucedido ou de um fracassado. Quando falo em “bem”, tento materializar a palavra, ou simplesmente ‘coisificar’, sendo este algo de fácil compreensão, visto que fazemos isto o tempo todo, com tudo.
Prefiro entender este termos pelo ponto de vista da psicologia, que se apresenta como um estado de espírito, meta ou ideologia. De outro ângulo esta mesma psicologia é utilizada como um modificador social, capaz de criar padrões, gerar imposições, que muitas vezes se associam em forma de manifestação econômica.
Começando pela última e talvez a que mais causa mazelas sociais. O fator econômico é muitas vezes o que mais provoca sensações, emoções e as vezes uma certa esquizofrenia. Na contemporaneidade é de fácil percepção a relação que fazemos de alguém como bem sucedido ou não. Na maioria da vezes é analisado simplesmente o ‘status’ econômico.
Pior do que a analise externa é a analise interna, aquela que fazemos de nós mesmos, principalmente quando o cenário se apresenta negativo. Quando não conseguímos desenvolver nossas aptidões baseadas nesse senso. Nos frustramos e desenvolvemos doenças como a depressão, angústia, o suicídio, sensação de fracasso.
É importante entender que a ideia de mercado (capitalismo) que temos passa despercebido pela maioria do povo, que não entendemos que este modelo econômico não trabalha com igualdades e sim o contrário, extremas desigualdades. O marketing, tido como lema e imposto pela maioria e até os desafortunados (alienados) é que “quem quer consegue”, esta talvez seja a maior ilusão de todas. Com isso surge uma competividade dantesca entre os pares e as mazelas quando como resultado nos deparamos com a sua face real, a negação, a não efetivação do Estado do Bem Estar Social.
Ser bem sucedido talvez seja um estado de espírito, um conhecimento profundo acerca das suas capacidades, do seu potencial. Vivemos como padrões, tipo uma construção pré moldada, e a redenção, esta dada ainda no plano da vida humana (humano demasiado humano), surge quando temos a oportunidade de refletir sobre aquilo que realmente importa, individualmente. Talvez e de fato o é, a etapa mais difícil é despir-se de todo esse concreto e aço que as convenções sócias nos moldam.
Vivemos num mundo onde se ampliam cada vez mais o número de “alternativos”, de comunidades alternativas, de pessoas que se negam ao uso do dinheiro, que produzem o que precisam ao invés de comprar o que não precisam. Não que esta seja a saída, a verdade arrebatadora, mas uma possibilidade dentre as tantas.
Tento individualizar a possibilidade, visto que, a visão de mundo, a lente que usamos para enxergar o nosso cosmos, a cosmovisão, é única, mas deve ser essa sua guia e não os padrões impostos pela socidade, pelo mercado. Sua felicidade é o seu estado de espírito e ser bem sucedido talvez seja só uma questão de opinião.


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