segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cópia

O homem não consegue viver sem as suas lacunas de respostas,

E por isso cria-se o divino herói, que de tudo sabe e que tudo pode.

Ao mesmo tempo em que emigram num imenso mar de cópias.

Seus exemplos de vida baseados na admiração, ilusão.

Deixa de transcender, para ascender uma figura endeusada.

Engessa-se, mumifica-se psicologicamente, invariavelmente.

Numa tentativa frustrada de tentar ser o objeto refletor.

Coloca-se a disposição inteira e completa do outro,

Negando-se a liberdade, e condicionando-se a outro.

Ser livre é quase um acaso, mais que por acaso sou!

É aprender e conhecer os mais variados variáveis,

E moldar-se como “cópia” autêntica.

Sei que há casos que cópia é tudo que nos resta,

Mais se resta, sempre haverá um rosto moldado de restos novos,

E as interrogações me possibilitarão esse novo molde.

Não nascemos programados para sermos uni-copia,

Podemos ser um caso não por acaso.

Deixar escorrer por entre os dedos o sangue suado de poder ser,

Para deixa ser guiado por uma coleira, talhada em bronze

E ser puxado por um ser abstrato, que depende de mim para ser

Caso fosse, o que não é mesmo eu existindo.


[Gilmar Sullevan]

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